Parabéns Dr. Walter Medeiros
Pela clareza e objetividade em suas exposições nesta resposta.
Grande abraços do amigo,
Marcelo
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Walter Medeiros
Data: 7 de março de 2010 11:26
Assunto: RESPOSTA
RESPOSTA À CARTA DO DR. MUNIR MASSUD
Sr. Dr. Munir Massud,
O senhor escreveu carta a mim dirigida, na qual tenta confundir os leitores com palavreado de quem precisa apelar para esconder seus erros. Diz que verto verborréia, o que não é verdade, mas parece que a verdade não é mesmo o que o senhor deseja buscar. Chama-me de insolente, pelo simples gosto de usar palavras de peso contra mim, mesmo sabendo que não o sou. Tudo que escrevi é verdadeiro. Taxa minha abordagem de desqualificada, coisa que não me atinge, pois sei da qualidade do meu trabalho. Sobre qualidade tenho o suficiente para lhe ensinar. A lógica do que escrevo está no mundo e o senhor não consegue enxergar. O científico do que mostramos existe, só falta o reconhecimento e é isto que o Senhor tenta evitar. O Parecer do Conselho Federal de Medicina é superficial, e a superficialidade não foi criada por mim. Foi observada por pessoas qualificadas, como os médicos Alex Botsaris, Francisco Rodrigues e inúmeros outros. O Senhor, sim, usa de uma verborragia para tentar combater a auto-hemoterapia, ao chamá-la de “panacéia ridícula”, pois nem é panacéia nem ridícula, haja vista o próprio CFM contrariar seu parecer e permitir o Tampão Sanguíneo Peridural e os médicos usarem no Plasma Rico em Plaquetas, enquanto o seu uso está comprovando sua eficácia desde o Século XIX e com tese de doutorado já em 1924.
O Senhor diz que o acuso de superficial e de que não teria lido o material pertinente, mas está no Parecer que documentos deixaram de ser vistos por causa de limitações de idiomas, além do que uma Base de Dados importante onde existem trabalhos sobre auto-hemoterapia deixou de ser pesquisada. O fato da pesquisadora Mayana Katz afirmar que a autohemoterapia carece de comprovação não significa que a técnica não seja eficaz e que deixará de ser comprovada. O Senhor sabe que não leu tudo o que devia sobre o tema para que seu trabalho ficasse completo. E foi o Parecer do CMF que proibiu milhões de brasileiros de fazer uso dessa terapia, sim.
Ao contrário do que o Senhor afirma, a minha argumentação não é uma atitude agressiva, mas apenas a busca da verdade. Da mesma forma que não demonstra que eu estaria lhe perseguindo por motivação alheia aos interesses da população. Apenas O Senhor foi autor do Parecer aprovado pelo CFM e eu já afirmei que não trataria mais dele como seu Parecer e sim do Conselho. Mas aqui o Senhor simplesmente copia e cola resposta anterior, o que me obriga a detalhar o assunto. O Senhor sabe que o campo da auto-hemoterapia não está absolutamente desvinculado de conteúdo científico e que comprovação apenas não foi formalizada.
O Senhor diz que a argumentação que apresento é “pífia, mentirosa, agressiva e reveladora de motivação subalterna ou de decepção indevida, desarrazoada”. Afasta-se mais uma vez da verdade, pois se ao Senhor parece pífia, não é para as pessoas que estão sendo curadas a partir da orientação do Dr. Luiz Moura e outros médicos. Não é mentirosa, pois o senhor usa o adjetivo, mas não cita nenhuma afirmação minha que não seja verdadeira. Não é agressiva, pois é baseada em fatos e documentos; pode lhe desagradar, pois contraria seus interesses. Meus leitores sabem que não existe motivação subalterna nem decepção indevida ou desarrazoada, já que basta ver os benefícios que a auto-hemoterapia está fazendo aos seus usuários.
O Senhor afirma que eu estaria cometendo erros primários, mas se prestar atenção verá que apresento base correta para tudo que escrevo. Diz que tento descabidamente desmoralizar seu parecer (aqui o Senhor quem disse que o parecer é seu). Não tento desmoralizar o parecer nem ajo descabidamente, pois estou no meu direito de cidadão contestar os erros dos órgãos públicos. Alega que faço crer que teria sido irresponsável ao emitir uma opinião sem o devido conhecimento. Os fatos mostram que para alegar conhecimento, precisaria buscar tudo que existe a respeito do objeto estudado, no caso a auto-hemorterapia.
Diz que vai me desmentir. Impossível, pois simplesmente não menti. Que vai provar desonestidade intelectual. Não há como, pois escrevo com responsabilidade e tudo que disse mostro a origem correta dos dados.
Do alto da sua auto-propalada sabedoria, o Dr. Munir Massud afirma: “Mas antes, deixe-me mostrar, de cara, a sua falta de preparo cultural”. O Senhor não me conhece o suficiente, mas suas palavras não têm o poder de me diminuir em nada; nesse aspecto são inócuas.
Mesmo que o Senhor não queira, contra-argumentamos o Parecer do CFM e é importante observar que o discurso científico resulta da realidade e a realidade objetiva mostrará que a auto-hemoterapia é eficaz. Ao contrário dos seus argumentos, o Senhor é que está se refugiando numa tela falsa, pois não leva em conta a verdade, para negar o inegável.
As dimensões bioéticas e médicas foram referidas por mim, sim, mas a revista da AMB, embora tenha solicitado, deixou de publicar resposta a artigo sobre auto-hemoterapia. Não se trata, portanto, de simples “críticas reles”, como o Senhor diz, nem “acusações típicas de um jornalismo inferior”. O jornalismo que estamos fazendo vem beneficiando a muita gente e não encontrou nenhuma contradição à altura.
Não, Senhor, não desconheço que não importa se foi um ou vários os autores do parecer, nem muito menos quem é o autor, de onde procede, onde mora, etc., mas sim o conteúdo do parecer. Como pode ser visto, o parecer foi aprovado por um Conselho Federal inteiro, mas é falho.
Talvez o Senhor não observe, pois deixa de observar muita coisa, ao afirmar que “Uma afirmação ou enunciado científico qualquer não perde o valor se for dita por um jornalista ou por um médico ou por uma prostituta (sic.)” apenas incluiu no contexto a prostituta, pessoa que merece todo meu respeito, pois em seu meio também existe ética.
Diz o Senhor que “Todo juízo ad hominem, que visa a pessoa do adversário, e não o seu conteúdo, é covarde”. Pois foi assim que o Senhor se comportou, ao deixar de ver que me dirigia ao conteúdo do seu trabalho e nunca a si. Tanto que afirmei que deixaria de tratar o parecer como seu e deixei.
Não se trata de tentar provar com evidências científicas que o parecer não merece credibilidade. São coisas diferentes. A comprovação científica será decorrência natural do uso da auto-hemoterapia. E quanto ao parecer não pretendo desacreditá-lo nem provar que não mereceria credibilidade. Por si só ele é incompleto e seu uso é injusto. Caberia ao CFM completá-lo, da mesma forma que alterou sua decisão permitindo o uso do Tampão Sanguíneo Peridural.
Conforme está visto acima, o Senhor está enganado, pos não ajo “desonestamente”; busco a verdade.
O fato do Senhor achar e dizer não vai me transformar em um analfabeto científico dos mais grosseiros. Essa sua afirmação decorre da sua contrariedade pelo fato de ver que sustenta-se no autoritarismo do CFM. Se a função do relator é aprofundar o tema, nesse caso o trabalho ainda está por terminar, haja vista centenas de trabalhos que não foram levados em conta. Na ciência, já que o Senhor é tão sabido, nada é definitivo, nem mesmo a opinião do CFM de que a auto-hemoterapia não tem comprovação cientifica.
O desafio que faz para “apresentar qualquer estudo de elevado padrão científico que demonstre a efetividade desta terapia em doenças humanas como SIDA, cânceres, infecções graves ou colagenoses” é interessante e certamente terá bons resultados para a auto-hemoterapia e a população.
Diz que “se e apregoa por aí irresponsavelmente”, tentando desacreditar centenas de pessoas honestas que foram beneficiadas pela auto-hemoterapia e têm documentos em mãos. Por quê o CFM não promove a juntada desses documentos para apreciar?
É lamentável o desprezo que o Senhor demonstra com os antigos pesquisadores, ao dizer que “na sua quase totalidade, essa literatura era imprestável para uma revisão científica acerca de efetividade”.
Faz questão de falar sobre a minha suposta ignorância acerca do tema, que seria tão grande que ter-me-ia impedido de perceber que “se uma panecéia com mais vinte indicações, inclusive câncer e HIV, além de colagenopatias gravíssimas, é praticada desde a década de 1920, deveria apresentar um acervo de milhares de ensaios cínicos, dezenas de estudos sistemáticos, inclusive metanálises sobre cada indicação”. Estranho mesmo, não? Se é capaz de curar, com quê os laboratórios farmacêuticos iriam lucrar? Mas o Senhor chama de panacéia, desqualifica, entretanto não apresenta nenhuma prova de que não funciona. Da mesma forma que a ciência pode dizer se funciona, pode dizer o contrário. Então, por que o CFM não foi mais longe e preferiu apenas proibir o uso de uma terapia de mais de cem anos?
Não é verdade que eu tenha, no que o Senhor chama de “num desses blogs”, tentado convencer os leitores de que as publicações existentes eram suficientes para indicar a seriedade dessa “panacéia”. Muitos médicos acham que o CFM agiu errado.
Da mesma forma que não se trata de ato bruto ou néscio sugerir que o CFM promova pesquisas.
Aí chega um momento em que o cientista esquece o objeto de estudo e parte para a vulgaridade, ao dizer que teriam tentado coibir picaretagem. Por que determinaram ao Dr. Luiz Moura que não falasse publicamente sobre o assunto?
Está provado cientificamente que a prática da auto-hemoterapia não é irresponsável no Tampão Sanguíneo Peridural nem no Plasma Rico em Plaquetas. Não é, portanto, charlatanismo, curandeirismo, má prática médica nem picaretagem. Muito menos relatos populares sobre curas ou resultados de terapias.
Limitar-se em parte a abstract, ignorar uma base de dados inteira pode ser suficiente para apresentar um parecer, mas não para o CFM tomar a decisão que tomou, o que a torna arbitrária. Aí não tem motivos para achar que deixei de ler ou considerar nenhum aspecto do texto, pois sempre agi com honestidade e boa fé.
O Senhor trata a bibliografia como néscia, insignificante, medíocre, mas tangencia quando se mostra que a ciência deve servir à humanidade.
Não sei de onde o Senhor tirou a impressão de que sou pessoa grosseira ou irresponsável, mas se está enganado em outras coisas, enganar-se com mais uma é possível.
Quanto à proibição da ANVISA, mostramos item por item que a sua Nota Técnica está completamente desfocada. Alega que teria me omitido sobre a ANVISA, mas dirigi-me formalmente a ela própria e abordei todo o conteúdo da nota, inclusive no Supremo Tribunal Federal por ocasião da audiência sobre saúde pública.
A insensatez presente é do CFM, ao proibir o uso da auto-hemoterapia.
Do alto da sua arrogância, prepotência e estupidez, o Senhor mostra o desprezo que tem pelas pessoas e pela ética médica.
Não conclua que meu trabalho é tendencioso, pois trato do assunto com seriedade e tudo que está divulgado decorre de fatos e opiniões qualificadas, que o CFM insiste em ignorar. O Senhor está distorcendo os fatos e a verdade, pois a ANVISA emitiu a sua Nota Técnica depois do Parecer do CFM e com base nele. Se a ANVISA pediu um parecer e o parecer foi emitido de forma precipitada pelo CFM, o prejuízo causado à sociedade decorre dessas precipitação.
Não interessa informar ao Senhor o que conheço ou desconheço, mas o certo é que o Senhor está equivocado em muitas coisas e aí não tem método científico que resolva.
Por quê não deixar a critério dos médicos avaliar se devem ou não administrar a auto-hemoterapia, se nunca havia sido retirado deles esse direito e não se tem conhecimento de que tenham criado problemas, vez que ninguém reclamou até hoje por ter sido tratado com auto-hemoterapia?
O Senhor não consegue enxergar que não ajo com licenciosidade, conforme afirma, pois conheço o tema mais do que o Senhor gostaria e as opiniões que publico a respeito são de médicos qualificados tanto ou mais que V. Sª..
Quando ao direito que avoca de me censurar, não lho dou. Não admiti ser censurado nem no período da ditadura militar, pois lutei pela liberdade de expressão e pelas liberdades democráticas, nas ruas e na imprensa e sei o quanto valeu o meu engajamento.
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