Soropositivos vão testar medicamento imunológico
Princípio ativo é uma molécula desenvolvida a partir de leite
Rio de Janeiro. O Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais (NPPN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) começará a testar em 40 pacientes soropositivos um novo medicamento para o tratamento da Aids. O Zimduck "acorda" o sistema imunológico e, caso se demonstre eficaz, poderá ser indicado para qualquer paciente imunodeprimido, como portadores de HIV, hepatite e tuberculose, e até por prevenção.
O Zimduck tem como princípio ativo uma molécula desenvolvida pelo psiquiatra e psicanalista Luiz Fernando Mesquita, a partir da mistura de leite de cabra, de vaca e de outros mamíferos. Desde 1998, quando foi sintetizada, foram realizados estudos pré-clínicos que demonstraram a segurança do produto. Esses testes, também chamados de fase 1, foram aplicados em 30 voluntários saudáveis na UFRJ e em camundongos. Tanto nos humanos como nos animais, em que se usou uma dose 3.000 vezes maior do que a preconizada, não foram registrados efeitos colaterais significativos.
Para obter o medicamento, o pesquisador misturou diversos tipos de leites de mamíferos em proporções específicas, retirou a gordura, obteve uma secreção láctea, que foi pasteurizada e reduzida a pó. A nova molécula, segundo Mesquita, é absolutamente natural e pode ser produzida em qualquer lugar no mundo. Já foi patenteada no Brasil e no exterior. Os testes da fase 2, que comprovarão se o medicamento é eficaz serão realizados em 40 voluntários portadores de HIV. Um grupo tomará anti-retrovirais e placebo e o outro será testado com esses mesmos medicamentos e mais o Zimduck. A expectativa de Mesquita é a de conseguir tornar negativa a carga viral da Aids em crianças.
"O Zimduck age fazendo um ‘upgrade’ no sistema imune. Ele faz com que o corpo volte a trabalhar para o próprio corpo. Nosso sistema imunológico está atrofiado pelo uso incorreto de medicamentos", explicou o pesquisador.
Segundo ele, o produto ativa o eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), conhecido cientificamente como eixo hormonal do stress. Mesquita disse ter testado o medicamento em si próprio e em um cachorro. Ele afirmou ter verificado um aumento nas glândulas supra-renais, que provocaram uma resposta hormonal natural, aumentando o número de anticorpos do organismo.
Publicado em: 01/10/2008