Melhor postar a materia aqui, por ser de grande utilidade.
Agulhas, seringas e lancetas
Como devemos usalas ?
Muitas vezes, pensamos que tudo é óbvio para todos, sem perceber que aquilo que pode ser tão claro para nós é totalmente desconhecido para outras pessoas. Essa constratação aplica-se ao uso dos acessórios necessários para o controle do diabetes: os pacientes que já convivem com essa condição há anos, adquiriram o hábito de utilizar agulhas, seringas e lancetas, automaticamente, quase sem pensar. Por outro lado, os pacientes que estão iniciando nessa prática não apenas desconhecem a melhor forma de manipulá-las ou injetá-las, como também não sabem como descartá-las após o uso.
Por este motivo, além de fornecer aos pacientes as instruções necessárias para realizar o tratamento, do diabetes, é necessário oferecer informações sobre os acessórios utilizados. A regra número um é não descartar as agulhas, seringas e lancetas no lixo domiciliar. Por quê ? Uma das razões é que os próprios usuários, outras pessoas que convivem na mesma casa, ou mesmo, os coletores de lixo, podem se machucar. A outra razão é que, como o material pérfuro-cortante esteve em contato com sangue humano, existe a possibilidade de transmissão de doenças, entre elas a AIDS.
Cada coisa em seu lugar
Então, se não devemos jogar as agulhas, seringas e lancetas no cesto de lixo, o que devemos fazer com elas ?
É conveniente colocá-las em um recipiente especialmente projetado para o descarte de objetos pérfuro-cortantes. São caixas de plástico ou papelão bastante resistentes, seladas e com uma única abertura na parte superior, para que possamos colocar esses materiais, mas que nos impessa de retirá-los.
Salvo as diferenças, essas caixas se parecem com um "cofre de moedas", onde é possível colocar algo, mas é impossivel retirar. Elas podem ser adquiridas em farmácias ou em lojas e instituições especializadas.
Apesar de não ser possível retirar algo de seu interior e o material descartado ficar totalmente protegido, é preferível deixá-la em um local da casa que esteja fora do alcance das crianças e, se possível, trancado. Importante: deve-se mantê-la sempre no mesmo lugar.
Cada caixa pode ser utilizada até que fique totalmente cheia, o que será indicado por uma linha de marcação. Assim que essa linha for ultrapassada, é hora de substituir a caixa por outra. E agora ? O que fazemos com essa caixa cheia ? Apesar de ser segura, não devemos jogá-la no lixo doméstico. Sendo um material pérfuro-cortante, devemos encaminhá-la a uma instituição de saúde, de onde será coletada por empresas especializadas que se encarregam da coleta de resíduos patológicos e destruição por incineração.
Caso não seja possível adquirir este tipo de recipiente, será necessário fazer o seguinte: após a utilização da seringa ou lanceta, coloque-as dentro da embalagem de plástico na qual vieram acondicionadas, impedindo assim que alguém possa se ferir:
Como descartar seringas ou agulhas
Assim que aplicar a insulina, é necessário fazer a imersão da agulha utilizada, durante 20 minutos em hipocloreto de sódio puro (cloro/água sanitária/alvejante) que, devido as suas propriedades desinfetantes, possibilita a inativação de possíveis germens. A seguir, devemos colocá-la no recipiente especial; caso não o tenha, coloque a agulha dentro da embalagem da seringa.
Se forem canetas de insulina: assim que fizer a aplicação, descarte a agulhinha da mesma maneira que o explicado acima.
Quando a situação econômia interfere no controle da doença
Que o controle do diabetes é "caro, ninguém duvida". Diariamente, o portador de diabetes precisa dispor de todos esses acessórios, sem exeção, para controle e tratamento: insulina, lanceta, seringas ou aplicadores. Eles não devem faltar em um só momento. contudo, são muitos os países que não fornecem os acessórios necessários para o paciente ou se fornecem, é de forma insuficiente para o mês todo. Sendo assim, o paciente se vê obrigado a comprar de seu próprio bolso, Mas, às vezes, a situação econômica dificulta a aquisição desses acessórios e, então, quando não há possibilidade de adquiri-los, os portadores de diabetes têm dois caminhos: não aplicar a insulina por falta de seringa (o que poderia ser fatal para sua condição) ou utilizar a seringa mais de uma vez. Nesses casos, é preciso optar pelo mal menor, ou seja, não deixar de aplicar a insulina, que é indispensável para sua saúde, mesmo re-utilizando a seringa (até um máximo de três vezes). como fazer isso adequadamente ? Assim que aplicar a insulina, guarde a agulha em seu protetor original, sem lavar ou desinfetar. Não é necessário lavá-la. Não é necessário fazer a imersão em cloro. Não é necessário desinfetá-la. Não é preciso fazer nada, basta usar e guardar.
No caso das canetas de insulina, esta opção não é válida. Após a aplicação, não é possivel re-utilizar a agulha, já que é muito fina e se desgasta bastante durante o uso.
A re-utilização das lancetas é similar à da agulha: quando as condições econômicas assim determinarem, uma mesma lancetas pode ser re-utilizada. Desde que seja a mesma pessoa quem a utilizará novamente, a lanceta pode ser re-tulizada até um máximo de três vezes, para que não ocasione a formação de um abscesso na área de aplicação.
Ainda assim, isso é válido somente em casos de dificuldade financeira, já que quanto mais dolorosas serão as medicações e aplicações. Tal qual as peças de qualquer aparelho, o funcionamento é diferente quando estão novas e quando muito usadas.
A única restrição que não admite escapatórias é a que se refere ao uso exclusivo deste material pelo portador de diabetes, já que se sabe que compartilhar agulhas e seringas abre as portas ao contágio de muitas doenças, entre elas a AIDS.
E as crianças ?
Quando a criança for muito pequena. tanto o controle quando a aplicação de insulina devem estar sob responsabilidade dos pais. Porém, assim que a criança tiver condiçoes de fazer seu controle e aplicação, deve assim fazê-lo, mas sempre sob supervisão de seus pais. Muitos desses pais sentem dificuldade de delegar essa tarefa aos filhos e têm medo de que as crianças manipulem os acessórios. Mas, lembrem-se de que um dia haverá uma primeira vez, já que é a criança o portador do diabetes e que ela deverá seguir essa rotina por toda a vida. Portanto, é essencial que comece a manipular as agulhas e lancetas tão logo tenha condições tenha condições, para que adquira o hábito.
Para a aplicação da insulina, certamente é muito mais adequado usar um aplicador (caneta de insulina) do que uma seringa comum, sendo também, dessa maneira, mas facil ensinar-lhes a administrar a dose exta. Atualmente, existem canetas com desenho e cores atraentes, já pensando nos "pequenos usuários".
Quando a criança tem irmãos, principalmente pequenos, que não são portadores de diabetes, não se deve permitir, em hipótese alguma, que brinquem com os acessórios de controle e aplicação de insulina. Não vamos esquecer que são objetos pérfuro-cortantes e que estiveram em contato com sangue humano: devem sempre estar fora do alcance das crianças.
Na Escola
Se a criança precisa aplicar insulina no horário escolar, é conveniente que use uma caneta de insulina, pois é muito mais prático e menos perigoso do que levar uma seringa para a escola. Na escola, ela deverá fazer a aplicação sob supervisão de um adulto, da mesma maneira que em casa, sob a supervisão dos pais. A pessoa que acompanhará a criança durante a aplicação deve usar luvas, para segurança de ambos.
A pergunta que ainda permanece é: como descartar os materiais pérfuro-cortantes na escola ?
A solução seria ter um recipiente especial na escola para o descarte das agulhas, seringas e lancetas. Caso não seja possível, a alternativa é colocá-las na embalagem e entregar ao adulto que está supervisionando a criança na escola; porém, nunca jogar esse material no cesto de lixo.
É importante que as crianças portadoras de diabetes incorporem o hábito de utilizar esses acessórios para seu tratamento. Isso aumenta sua confiança e independência em relação ao diabetes.
Fonte: REVISTA DIABETES SEM FRONTEIRAS